domingo, 26 de fevereiro de 2017

TERMINOLOGIAS RADIOGRÁFICAS

TERMINOLOGIA RADIOGRÁFICA


O posicionamento radiográfico refere-se ao estudo do posicionamento do paciente para demonstrar radiograficamente ou visualizar partes específicas do corpo nos filmes.
É essencial que cada pessoa que planeja trabalhar como técnico/radiologista compreenda claramente o emprego correto da terminologia de posicionamento.


TERMOS GERAIS

Radiografia: É um filme ou outro material de base que possui uma imagem processada de uma determinada região anatômica do paciente (produzida pela ação dos raios-x no filme).

Radiografar: É a produção de radiografias e/ou outras formas de imagens radiográficas.

Radiografia X Filme de Raios-x: Na prática, os termos radiografia e filme de raios-x (ou apenas filme) são frequentemente usados sem distinção entre si. O filme de raios-x refere-se especificamente à parte física do material onde a imagem radiográfica será exposta.
O termo radiografia inclui o filme e as imagens radiográficas: As imagens radiográficas podem ser obtidas, vistas e armazenadas como cópias físicas (radiografias) ou como imagens digitais, que podem ser manipuladas, vistas e armazena-las digitalmente. 


POSIÇÃO ANATÔMICA

Em posição vertical, braços aduzidos (para baixo), palmas para a frente, cabeça e pés virados exatamente para a frente. Essa posição corporal específica é usada como referência para outros termos de posicionamento.
Observação: Uma regra geral para se estudar uma radiografia é exibi-la de forma que o paciente fique de frente para o observador, com o paciente em posição anatômica.





PLANOS CORPÓREOS, CORTES E LINHAS


Os termos de posicionamento que descrevem os ângulos do raio central (RC) ou as relações entre as partes do corpo são frequentemente relacionados aos planos imaginários que passam através do corpo em posição anatômica. O estudo de uma TC (tomografia computadorizada) e de uma RM (ressonância magnética) enfatiza a anatomia seccional, que também envolve os planos.

PLANO: Superfície em linha reta que une dois pontos. Quatro planos comuns são usados em radiologia:

• Plano sagital: Um plano sagital é qualquer plano longitudinal que divide o corpo em uma parte direita e uma parte esquerda. O plano médio-sagital, por vezes chamado também de plano mediano, é um plano sagital que passa pela linha média dividindo o corpo em duas partes iguais, uma direita e uma esquerda. Ela passa aproximadamente através da sutura sagital do crânio. Qualquer plano paralelo ao plano mediano ou médio-sagital é chamado de plano sagital.


• Plano Coronal: Um plano coronal é qualquer plano longitudinal que divida o corpo em partes anterior e posterior. O plano médio-coronal divide o corpo em partes anteriores e posteriores iguais. É denominado plano coronal porque passa aproximadamente através da sutura coronal do crânio. Qualquer plano paralelo ao plano médio-coronal ou frontal é denominado plano coronal.



• Plano Axial (Horizontal): Um plano Axial (Horizontal) é qualquer plano transverso que passa através do corpo em ângulo reto ao plano longitudinal, dividindo o corpo em porções superior e inferior.




• Plano Oblíquo: Um plano oblíquo é um plano longitudinal ou transverso que está angulado ou inclinado e não paralelo aos planos sagital, coronal ou horizontal.






CORTE: Uma Superfície de “Corte” ou “Fatia”.

•Cortes longitudinais: sagital, coronal e oblíquo. Esses cortes são feitos longitudinalmente na direção do eixo longitudinal do corpo ou de qualquer uma de suas partes, independentemente da posição do corpo (em pé ou deitado). Os cortes longitudinais podem ser feitos nos planos sagital, coronal ou oblíquo.

• Cortes transversais ou axiais: Os cortes são feitos em ângulo reto ao longo de qualquer ponto do eixo longitudinal do corpo ou de qualquer uma de suas partes. Imagens sagital, coronal e axial: As imagens por TC e de RM são obtidas nessas três incidências ou orientações comuns (Cortes de RM são mostrados).


PLANO DA BASE DO CRÂNIO

• Plano Transverso: Esse plano transverso preciso é formado pela conexão de linhas das margens infraorbitárias (limite inferior das órbitas ósseas) às margens superiores do meato acústico externo (MAE, a abertura externa do ouvido).
Algumas vezes, também é chamado de plano antropológico ou plano horizontal de Frankfurt, como usado em ortodontia e em topografia craniana para medir e localizar pontos cranianos específicos ou estruturas.




• Plano de Oclusão: Esse plano horizontal é formado pelas superfícies de mordedura dos dentes superiores e inferiores com a mandíbula fechada (usado como um plano de referência da cabeça nas radiografias dentais e de crânio).






TOPOGRAFIA DO CRÂNIO (MARCOS DE SUPERFÍCIE)


Certos marcos de superfície e linhas de localização são usados para um posicionamento preciso do crânio. Cada uma das seguintes estruturas topográficas pode ser vista ou palpada.

• Marcos nas Vistas Anterior e Lateral: A crista superciliar (arco) é a crista ou arco ósseo sobre a fronte diretamente acima de cada olho. Ligeiramente acima dessa crista está um discreto sulco ou depressão, denominado sulco supraorbitário, é importante, pois corresponde ao nível mais elevado da massa óssea facial, que também está no nível do assoalho da fossa anterior da calota craniana. 
A glabela é a área triangular lisa, ligeiramente elevada, situada entre as sobrancelhas (um pouco acima delas e da ponte nasal). 
O násio é a depressão na ponte do nariz. Anatomicamente, o násio é a junção dos dois ossos nasais e do osso frontal. 
O acântion é o ponto da linha média na junção do lábio superior com o septo nasal. Esse é o ponto no qual o nariz encontra com o lábio superior.
O ângulo ou gônio refere-se ao ângulo posterior inferior de cada lado da mandíbula. Uma área plana e triangular se projeta para frente como um queixo (mento) nos seres humanos. O ponto médio dessa área do queixo, visto de frente, é denominado ponto mentoniano. 





• Planos Corporais: O plano mediossagital (PMS) ou mediano divide o corpo em metades, esquerda e direita. Esse plano é importante no posicionamento preciso do crânio, pois em toda incidência AP e PA ou lateral, o plano mediossagital está ou perpendicular ou paralelo ao plano do filme. A linha interpupilar (LlP) ou interorbital é a linha que conecta as pupilas ou os cantos externos dos olhos dos pacientes. Quando a cabeça está colocada em uma posição lateral verdadeira, a linha interpupilar deve estar exatamente perpendicular ao plano do filme.

• Orelha: Partes da orelha que podem ser usadas como marcos de posicionamento são a aurícula ou pavilhão auditivo (porção externa da orelha), a ampla borda da orelha, feita de cartilagem, e o trago, a pequena borda cartilaginosa que cobre a abertura da orelha. O TIO (topo da inserção das orelhas) refere-se à fixação superior da aurícula, ou àquela parte na qual as hastes dos óculos repousam. Esse é um marco importante, pois corresponde ao nível da crista petrosa de cada lado.

• Olho: As junções das pálpebras superiores e inferiores são denominadas cantos.
Assim, o canto interno é o lugar onde as pálpebras encontram o nariz; a junção mais lateral das pálpebras é denominada canto externo. A borda superior da órbita óssea do olho é chamada de margem supraorbitária, ou MSO, e a borda inferior é denominada margem infraorbitária, ou MIO. Outro marco é a margem orbitária lateral média, a porção da borda lateral próxima ao canto externo do olho.





TERMOS PARA A PORÇÃO POSTERIOR E ANTERIOR DO CORPO

• Posterior ou dorsal: Refere-se à metade dorsal do paciente, ou aquela parte do corpo observada quando vemos uma pessoa de costas; incluem as plantas dos pés e o dorso das mãos na posição anatômica.


• Anterior ou ventral: Refere-se à metade frontal do paciente, ou aquela parte do corpo observada quando vemos uma pessoa de frente; inclui o dorso dos pés e as palmas das mãos na posição anatômica.





TERMOS PARA SUPERFÍCIES DAS MÃOS E DOS PÉS

Três termos são usados em radiologia para descrever superfícies específicas dos membros superiores e inferiores como descritos a seguir:

• Plantar: Refere-se à região plantar ou à superfície posterior do pé.

• Dorso:
*Pé: Refere-se à parte de cima ou à superfície anterior do pé.
*Mão: Refere-se à parte de trás ou à parte posterior da mão.
Observação: Os termos dorso ou dorsal em geral referem-se à parte posterior ou vertebral do corpo. Entretanto, quando usado em relação aos pés, o dorso refere-se especificamente à superfície superior, ou aspecto anterior, do pé em oposição à sola, mas, para a mão, à parte de trás ou posterior, é a superfície oposta à palma.

• Palmar (volar): Refere-se à palma da mão; na posição anatômica, é o mesmo que superfície anterior ou ventral da mão. Superfícies dorsal e palmar da mão.

OS ÉCRANS INTENSIFICADORES

OS ÉCRANS INTENSIFICADORES




A preocupação sempre presente na tecnologia radiográfica de se desenvolver sistemas operacionais visando à redução da dose de exposição do corpo humano radiográfico levou não só ao esforço de aumento constante na sensibilidade dos filmes, como também à introdução dos écrans intensificadores.
A importância dos écrans na redução significativa da dose de exposição aos raiosx resulta, inicialmente, da baixa eficiência do processo de formação de imagem por exposição direta aos mesmos. Os écrans, pelas propriedades das substâncias que os constituem, ao serem expostos nos raios-x, emitem luz visível, basicamente azul, que coincide com a faixa de sensibilidade característica dos cristais de Haleto de Prata do filme.


O PRINCÍPIO FUNCIONAL DO ÉCRAN

A propriedade do écran de emitir luz quando exposto aos raios-x chama-se fluorescência.
Um material é chamado fluorescente quando tem a propriedade de emitir luz visível ao ser exposto a um feixe de radiação de pequeno comprimento de onda, como os raios-x, sendo que essa emissão desaparece quando a exposição é interrompida.
Vários outros materiais também apresentam essa propriedade de emitir luz visível quando sobre eles incidem raios-x, porém a emissão permanece por algum tempo após esta exposição ter sido interrompida. Esta propriedade é chamada fosforescência e é indesejável na prática radiográfica no uso de écrans.
A maioria dos écrans intensificadores usados atualmente faz uso do sal fluorescente
tungstato de cálcio, em microcristais, como agente emissor de luz. Este é normalmente aplicado em uma base tipo cartão e geralmente coberto com uma resina de proteção.
Sob a camada emissora, existe uma outra, branca e com propriedade refletora, para que a maior quantidade possível da luz emitida pelo écran seja levada a atuar sobre o filme.


A ESTRUTURA TÍPICA DO ÉCRAN

Com o uso, a superfície dos écrans pode apresentar mofo e outros depósitos indesejáveis, que podem absorver, por exemplo, parte da luz emitida por ele, levando a falhas na imagem sobre o filme ou, em outros casos, pode ocorrer reduções na eficiência geral do sistema por absorção distribuída da luz emitida.
Além disso, com o tempo, a adesão de material sobre as superfícies emissoras pode levar ao acúmulo de cargas eletrostáticas que, como resultado de grupamentos dos filmes com as mesmas, pode levar a ocorrência de descargas, quando da retirada das películas após a exposição, danificando as imagens.
Ao se instalar écrans novos nos chassis e também durante o seu uso, deve-se verificar, periodicamente, a possível ocorrência de danos, como falhas na camada de proteção dos cartões dos écrans. A camada de proteção é aplicada com o objetivo de evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas sobre as superfícies, proteger a camada emissora propriamente dita, e também, prover uma superfície resistente que permita a limpeza periódica, desde que cuidadosa sem danos às mesmas.
A camada protetora pode se gastar com o tempo, tanto por fricção com os filmes quanto por repetido processo de limpeza.
A limpeza cuidadosa empregando, por exemplo, um algodão embebido em uma solução de sabão neutro, mas sem encharcar os cartões, pode estender a vida útil do écran, ao manter suas superfícies livres de partículas abrasivas. Após a limpeza das superfícies, deve-se deixar que elas sequem completamente, antes de fechar os chassis.
Atenção especial deve ser dada ao procedimento da introdução e retirada dos filmes dos écrans. Colocar e retirar as películas com cuidado, evitando atritos, que podem produzir marcas nas superfícies fotossensíveis, além de danificar, com o tempo, as camadas protetoras dos écrans.




A EXPOSIÇÃO DOS FILMES COM O USO DOS ÉCRANS

Os filmes radiográficos são constituídos por bases de poliéster revestidas em ambas as faces com camadas de emulsão de alta sensibilidade, para obter-se o maior rendimento no processo de exposição, isto é, para produzir imagens de densidades adequadas com doses de radiação aceitáveis para maior segurança do paciente.
Durante a exposição com raios-x, as camadas de emulsão são colocadas em contato com os écrans intensificadores, de modo que o feixe de radiação modulado pelas estruturas do corpo do paciente, contendo informações de imagem, incide sobre o primeiro écran, levando à produção de luz e impressionando o filme. Parte do feixe o atravessa, sem ação, e atua sobre o segundo écran, cuja emissão de luz impressiona a camada de emulsão da outra face. Apenas uma pequena parte a contribuição às densidades das imagens obtidas, é dada pelos raios-x incidindo sobre os cristais de Haleto de Prata, devido à sua baixa eficiência na ação direta.


ÉCRAN DE TERRAS RARAS

Introduzido em 1896 por Thomas Edson, o tungstato de cálcio (CaWO4) sempre foi empregado para écrans radiológicos intensificadores, com uma eficiência de 3 a 5% de conversão de raios-x a luz.
Pesquisas recentes, no entanto, desenvolveram novos materiais fosforados para esses écrans, que estão sendo aceitos rapidamente.
O termo “terras raras” descreve elementos minerais pouco encontrados na natureza:
gadelinium-lanthanum e yitrium. As composições dos quatro fósforos de terras raras principais são:

1. O sulieto de gadolinium térbio ativado;
2. Oxisulfeto de lanthanum térbio ativado;
3. Oxisulfeto de yitrium térbio ativado;
4. Oxibrometo de lanthanum.

Esses écrans de terras raras têm uma vantagem principal sobre os écrans convencionais de tungstato de cálcio: velocidade. Eles são fabricados para atuarem em vários níveis de velocidade, mas, sem dúvida, são duplamente mais velozes que os de tungstato de cálcio. Esse aumento de velocidade se faz sem perda de resolução.
Entretanto, com écrans de terras raras mais rápidos, os efeitos de “quantum mottle” são notáveis e até podem se tornar incômodos.
As vantagens desses écrans são óbvias, pois sendo mais rápidos, técnicas radiográficas mais rápidas podem ser empregadas, daí, resultando doses mais baixas.
Por outro lado, os écrans de terras raras provocam uma redução geral de irradiação no ambiente e, quando usados exclusivamente, podem influenciar o desenho da planta física, dispensando maiores proteções. A técnica radiográfica mais baixa também resulta no dobro de vida útil da ampola.
Os écrans de terras raras aumentam a sensibilidade através de uma absorção maior de raios-x, ou seja, de uma conversão mal eficiente de energia de raios-x em luz, no filme radiográfico. A luz emitida por esses écrans difere daquela do tungstato de cálcio, por isso mesmo, para se usar os écrans de terras raras, é necessário uma técnica aprimorada.


*”Quantum mottle” é o efeito verificado em filmes radiográficos, produzindo autuações na densidade, com aparência de sombreado (indefinido da imagem, ou manchas ou sinal mosqueado) que é provocado pelo número de “quanta” de raios-x absorvido por unidade, na área do filme, durante o tempo de exposição. Esse efeito é encontrado com o uso de écrans intensificadores, rápidos e muito rápidos.